Num laboratório em Harbin, no Noroeste da China, "vive" atualmente um vírus que, espera-se, nunca de lá saia: combina a força letal do H5N1, do surto da gripe aviária de 2003, com facilidade de transmissão do H1N1, responsável pela gripe A de 2009. O resultado é um vírus altamente perigoso.

A equipa da investigadora Chen Hualan, chefe da pesquisa do Instituto de Investigação Veterinária de Harbin da Academia Chinesa de Ciências, explica que "se a mistura desses vírus fosse originada naturalmente, o início de uma pandemia seria altamente provável".

Chen Hualan acredita que seu trabalho vai beneficiar o controlo e a prevenção da doença mas outros cientistas criticaram os chamados estudos de mutação do vírus, pois a sua manipulação requer elevados padrões de segurança em laboratório para evitar que o vírus se espalhe ou que chegue às mãos de terroristas.

Baron May, ex-cientista-chefe do governo do Reino Unido, disse ao jornal The Independente que o trabalho da equipe de Chen Hualan é "terrivelmente irresponsável".

"Eles alegam estar a fazer isso para ajudar a desenvolver vacinas e afins. Mas a razão verdadeira é que eles são movidos pela ambição cega e não têm qualquer bom senso", acrescentou Baron May.