A cidade de Lisboa vai ter um mural em graffiti, que reproduz os
cantos de "Os Lusíadas". Situado na Avenida da Índia, nas imediações do
novo Museu dos Coches, junto ao Museu da Eletricidade, o muro tem cerca
de 100 metros de dimensão. Até à próxima semana, os grafiters irão
pintar os cinco primeiros cantos da obra-prima de Luís Vaz de Camões.
Os artistas responsáveis pelo graffiti são os ARM Collective,
compostos por: MAR - um dos dois street artists nacionais mais
reconhecidos, que trabalha um imaginário pop-surrealista, ligado aos
super-herois, à animação, à mitologia, interessando facilmente tanto
crianças, quanto adultos; RAM, outro dos mais conceituados street
artists nacionais, que desenvolve um discurso abstrato-atmosférico ,
onde se encontram de qualquer modo, inúmeras referências a um meio
aquoso e floral.
Esta iniciativa insere-se nos 20 anos da VISÃO, a newsmagazine
mais vendida em Portugal. A partir de 11 de abril, e durante 10 edições
(10 cantos), a VISÃO vai lançar uma nova edição de "Os Lusíadas". Cada
livro terá um conto sobre o canto, escrito por José Luís Peixoto. A
própria capa de cada um dos livros será desenvolvida pelos dois
grafitters (grafiters (RAM e MAR - ARM collective), reproduzindo cada um
dos cantos que compõe o mural.
Na altura em que celebra 20 anos, a Visão vai traçar o novo retrato
dos portugueses: um povo cada vez mais espalhado pelos quatro cantos do
mundo, tentando encontrar, no exterior, a solução para as suas vidas e
para o País, e, ao mesmo tempo, disseminando o português como língua
universal. É dentro desse espírito que ganha maior significado a edição,
em livros, de "Os Lusíadas", a obra que glorifica a diáspora
portuguesa, que elogia a capacidade dos portugueses para enfrentar os
"mares nunca dantes navegados" e "darem mais mundos ao mundo".
Numa época de desalento e de falta de confiança, convém, por isso,
recordar que vale a pena sonhar alto e enfrentar, com determinação e
coragem, os adamastores que se nos atravessam ao caminho. E, para isso,
nada melhor do que fazer acompanhar a obra maior de Camões, de textos
introdutórios e ilustrações, de autores jovens e talentosos, capazes,
também eles, de romperem com o fatalismo e o cinzentismo". Cada livro
será vendido por mais 50 cêntimos.